Eis uma das
particularidades exclusivamente humanas: as guerras.
A guerra surge da
necessidade de afirmar o domínio sobre algo. Mas sobre o quê especificamente?
Já houve um tempo em
que as guerras eram motivadas pelo desejo de dominar rotas comerciais; pela
ânsia de reinar incólume sobre vastos territórios.
Já houve o tempo em
que homens guerreavam entre si para defender valores, credos e costumes.
Houve também tempos
em que homens lançavam-se às espadas para defender a honra de um único homem;
em que homens defendiam suas casas nobiliárquicas com seu próprio sangue.
Mas de tempos em
tempos a História mostra que os motivos que levam os homens à guerra podem
mudar.
E é então que homens
lançam-se em guerra contra seus soberanos; em que homens lançam-se em guerra em
nome da liberdade; em que homens, travestidos de soldados, provam que o sangue
azul da nobreza é tão vermelho quanto qualquer outro.
Outros homens então
fazem guerra por causa da cor da pele de uma dada etnia; outros preferem
escolher motivos ainda mais escusos, como uma pretensa “pureza” para declarar
guerra às raças ditas “inferiores”.
A História humana foi
escrita em guerras.
A História humana é a
história de suas guerras.
Sob esse ponto de
vista a leitura de “História das Guerras”, de Demetrio Magnoli, torna-se de
suma importância: o autor contempla desde as Guerras do Peloponeso aos atuais
conflitos no Oriente Médio, mostrando que quando os interesses humanos
convergem sob um mesmo objeto, nações inteiras podem ser mobilizadas em nome de
um único ideal.
D. Magnoli – História das Guerras